Pedagogia Social
Entendendo que o processo educativo não se constitui fora do âmbito
sócio histórico, e que é permanentemente pautado na realidade dos sujeitos que
dela dependem, acreditamos nas reflexões teórico práticas no intuito de
materialização das ações concretas e de superação das desigualdades sociais
visíveis no cotidiano da sociedade.
Refletir a educação significa trançar as problematizações do social com
as possibilidades da ação educativa. Estas atuações articuladas com estudos coerentes
das realidades sociais auxiliam na oportuna formação de educadores que sentem,
agem e pensam suas práticas para além do exercício da profissão. Este novo
trançado da educação pauta-se do mesmo modo na pedagogia como caminho de emancipação
humana.
A emancipação dos sujeitos é uma condição para transformação da
realidade construída e reconstruída pelos mesmos sujeitos históricos e sociais.
Será indispensável repensarmos o lugar que a educação é posta e para quem é
realizada sobre que critérios é avaliada.
A educação que acreditamos é aquela que salta da ingenuidade para esfera
da crítica e possibilita a formação dos educadores superando a “educação
bancária” e apenas racionalizada. Acrescenta-se ainda nestas formações o saber
ser educador social responsável com as suas próprias aprendizagens de educador
cidadão.
Como diria o mestre Freire, o educador e o educando educam-se pela ação problematizadora
da realidade, pois “ninguém é sujeito da autonomia de ninguém” e, por
conseguinte:
O necessário é que, embora subordinado as práticas
‘bancárias’, o educando mantenha vivo em si o gosto pela rebeldia que, aguçando
sua curiosidade e estimulando sua capacidade de arriscar-se, de aventurar-se,
de certa forma o ‘imuniza’ contra o poder apassivador do ‘bancarismo’. Neste
caso, é a força criadora do aprender de quem fazem parte a comparação, a
repetição, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que
supera os efeitos negativos do falso ensinar. Esta é uma das significativas vantagens
dos seres humanos a de se terem torna do capazes de ir mais além de seus
condicionantes. (FREIRE, 2008)
Nesse sentido, ampliar as reflexões sobre Pedagogia Social, e a formação
de educadores sociais é resignificar a educação numa perspectiva de qualificar
as teorias e práticas para superação da transmissão de conhecimentos
estratificados pela lógica condicionante entre “opressores e oprimidos”,
assumindo efetivamente o educar para
o comprometimento social.
Trecho do artigo de Cândida Andrade de Moraes
http://smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-autorias/artigos/pedagogia-social.pdf
educar para o comprometimento social.A Pedagogia Social
Ana Claudia Belém
Pedagogia social é a alternativa de educação nos espaços não escolares,
visando incluir socialmente todos que a educação formal não alcança,
tais como a população indígena, os quilombolas, a população rural, a
mulher, a criança e o adolescente, o idoso, o preso, a população de rua e
os portadores de necessidades educativas especiais.
A pedagogia social é uma disciplina pedagógica ou, se preferir, uma
das ciências da educação (MERCES, 2003). A educação social, portanto
está inserida na ordem da prática, dos fenômenos e dos processos. A
pedagogia social de rua traz a visão dos significados sociais que grupos
diversos manifestam em suas diferenciadas situações.(...) O objetivo da
pedagogia social de rua, não é manter a criança na rua, mas educá-la
para que esta possa optar pela “desrualização”, esta é de certa forma
uma contra-pedagogia que busca irromper uma nova cultura, que parta do
cotidiano daqueles que elegem forçosamente a rua como morada. (...)A
pedagogia social de rua por possuir especificidades, ainda é muito
incompreendida, pois assume uma postura aberta, diferenciada de
educação, o processo educativo acontece em espaços não formais dirigidos
a grupos especiais, que em sua grande parte não são considerados como
cidadãos possuidores de direitos pela sociedade que os cerca. ( Paiva,
2005. p. 3)
O educador precisa estar atento para ser capaz de explorar as
oportunidades repleta de possibilidades, que as práticas de educação
não-formal oferecem para a construção da identidade, da recuperação da
auto-estima, da preparação profissional e da conscientização política e
social. Tornando os excluídos sujeitos de direitos e atores do seu
próprio destino.
Bibliografia
MATTA, Roberto da. O que é o Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
OLIVEIRA, Walter Ferreira de. Educação social de rua: As bases políticas
e pedagógicas para uma educação popular. Porto alegre: Artmed, 2004
PAIVA, Jacyara Silva de.EDUCAÇÃO DE RUA: (IM)POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO .
2005.

Olá! Obrigada por utilizar meu texto no blog. ;-) Deixo o link da dissertação completa, caso tenha interesse.
ResponderExcluirhttp://www.uneb.br/fecom/files/2012/06/candida_andrade_de_moraes.pdf
candida29moraes@gmail.com
Olá! Obrigada por utilizar meu texto no blog. ;-) Deixo o link da dissertação completa, caso tenha interesse.
ResponderExcluirhttp://www.uneb.br/fecom/files/2012/06/candida_andrade_de_moraes.pdf
candida29moraes@gmail.com
Educação Ambiental - Mudando Paradigmas
ResponderExcluirEm reunião realizada (dia 5 de Outubro) no Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA) foram definidos critérios básicos para a estruturação de Programas de Educação Ambiental (estímulo à ação participativa e integrada das comunidades) e de Comunicação Social (auxílio a sociedade a entender o projeto que estará sendo implantado), com foco prioritário na efetiva inserção da sociedade no contexto da discussões destes programas.
O especialista que irá desenvolver estes programas passa a ter a compulsória obrigação de ouvir previamente o que pensa a sociedade envolvida no projeto sobre a interação empreendimento a ser implantado e os aspectos sociais e ambientais associados.
Passa a ser exigida a realização de diagnósticos prévios de avaliação da percepção ambiental e social da(s) comunidade(s) afetada(s), informações estas que devem direcionar a estruturação dos programas.
A percepção ambiental e social dos indivíduos está ligada ao fato de que cada um percebe, reage e responde diferentemente as ações sobre o meio ambiente e o contexto social da região onde vive, contexto que depende dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada um. Em síntese o indivíduo é estimulado (conscientizado) pela educação ambiental que recebe, mas se comporta / reage no dia-a-dia através de seu nível de percepção ambiental e social.
Deste modo, com estes novos critérios definidos pelo CONSEMA, ficam evidenciadas as formas de como deverão ser atendidas, para projetos de significativo impacto ambiental, a estruturação de Programas de Educação Ambiental e Social, que passam a ser seguidas pelo órgão ambiental licenciador.
Como primeira mudança de paradigma as informações coletadas nos processos prévios de avaliação da percepção ambiental e social da(s) comunidade(s) envolvida(s) deverão ser tabuladas em um sistema onde as mesmas possam ser trabalhadas estatisticamente, ou seja, possam ser correlacionadas, o que amplia em muito a qualidade da interpretação dos resultados.
As mudanças de paradigma continuam, uma vez que estes dados (tabulados e interpretados) devem ser compulsoriamente discutidos com a(s) comunidade(s) em um evento público convocado pelo órgão ambiental licenciador, sendo os resultado registrados em ata própria que ficará no arquivo do órgão ambiental.
Mas as mudanças de paradigma não param ai, visto que passa a ser exigido do especialista que irá estruturar os programas que comprove como tais informações, produto da avaliação da sociedade de como a mesma percebe os problemas ambientais e sociais de sua região, que passam a ser base para a estruturação dos Programas de Educação Ambiental e Social.
Ainda como novidade da nova metodologia aprovada pelo CONSEMA, as pesquisas prévias de avaliação da percepção ambiental e social da(s) comunidade(s), deverão seguir um plano de amostragem dos diferentes segmentos da sociedade que precisam ser consultados (lideranças comunitárias, comunidades tradicionais, professores, entre outros), bem como o número de indivíduos a serem consultados.
Como se pode perceber, a inciativa do CONSEMA explicita, de forma muito objetiva, a etapa mais importante na estruturação de Programas de Educação Ambiental e Social que é a inserção efetiva, e gerenciada pelo órgão ambiental, da(s) comunidade(s) envolvidas no processo, podendo ser considerada como uma sensível mudança de paradigma em relação ao que até então era adotado.
Roosevelt S. Fernandes
Membro do CONSEMA
roosevelt@ebrnet.com.br
OBS – segue modelo de pesquisa desenvolvida para estruturação de um Programa de EA para produtores rurais, NO es.